terça-feira, 27 de julho de 2010

Refluxo Gastroesofágico



No processo de digestão normal, o alimento é engolido através da boca, passa pelo esôfago em direção ao estômago onde sofre a ação das enzimas digestivas e é misturado ao conteúdo ácido do local.
Entre o esôfago e o estômago existe uma ligação, que é o chamado “Esfíncter Esofagiano Inferior” que funciona como uma verdadeira barreira. O esfíncter abre-se para o alimento passar e depois fecha, impedindo que o alimento volte. Entretanto, quando esta barreira não funciona bem, permite que uma parte do alimento, já misturado com o conteúdo ácido do estômago, volte para o esôfago, gerando o refluxo.

Refluxo não é doença: por isso os bebês golfam e qualquer pessoa pode arrotar ou ter azia quando come em excesso.



Como acontece o refluxo?

No momento do refluxo, ocorre a entrada no esôfago de material proveniente do estômago. Como o esôfago não possui mucosa apropriada para contato com esse material ácido, surgem os sintomas, em especial a azia e a queimação..

Quais os fatores que podem piorar o refluxo?

- Situações que aumentem a pressão intra-abdominal como por exemplo, esforços físicos, obesidade ou na gravidez.
- Aumento da pressão intra-gástrica como refeições volumosas acompanhada de ingestão de líquidos excessivos, principalmente gasosos;
- Ingestão de alimentos com efeito relaxante no esfíncter esofagiano inferior como café, álcool, chocolate, entre outros.
- Tabagismo.
- A posição deitada pode favorecer o refluxo.

Quais os sintomas da doença do refluxo?

O problema surge quando o refluxo normal se complica e se transforma em doença. Neste caso, os sintomas mais comuns são: azia, regurgitação(arrotos), dor, sensação de má digestão, náuseas ou vômitos. Em alguns casos a dor pode ser tão intensa a ponto de se confundir com a dor de um infarto.
Entretanto, existem sintomas “à distância” que também surgem em conseqüência do refluxo, como por exemplo, uma tosse com piora noturna.
Nas crianças, o refluxo pode ocasionar prejuízo no desenvolvimento e no ganho de peso, bem como pneumonias, otites repetidas, asma e síndrome de apnéia.
No entanto, o refluxo pode ser silencioso, ou seja, não ter sintomas aparentes, o que pode dificultar o reconhecimento do problema.

Qual a relação entre a doença do refluxo e sintomas respiratórios?

A doença do refluxo gastroesofágico pode causar também sintomas respiratórios e otorrinolaringológicos à distância, como por exemplo: tosse, rouquidão, asma, pneumonias repetidas, pigarro.

Por que é importante tratar o refluxo?

È comprovado que o tratamento do refluxo pode resultar na melhora da asma, da tosse crônica e de outros problemas respiratórios. Muitos pacientes após o correto tratamento da doença do refluxo experimentam alívio das crises e conseguem diminuir a medicação utilizada para controle da asma.

Tratamento

O tratamento do refluxo pode ser feito com remédios, mas alguns cuidados são fundamentais para tratar a doença, com finalidade de dificultar a ocorrência do refluxo.

Medidas para combater o refluxo:

- Não deitar ou recostar após as refeições.
- Crianças, em qualquer idade, jamais devem mamar deitadas. Esperar pelo menos uma hora para deitar após mamar.
- Não fumar
- Evitar alimentos irritantes, como: gorduras, frituras, refrigerantes (em especial do tipo cola), bebidas alcoólicas, hortelã, chocolates, sucos cítricos, café.
- Fazer refeições leves com intervalos curtos e regulares Por exemplo, comer de 4/4 horas é melhor do que ficar muito tempo sem se alimentar e comer muito de uma só vez.
- Evitar fazer grandes refeições à noite.
- Comer devagar, mastigando bem, sem líquidos acompanhando refeições.
- Controlar o peso corporal.
- Elevar a cabeceira da cama em 15cm.

Medicamentos: devem ser utilizados apenas com orientação médica

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