quinta-feira, 31 de julho de 2008

Alergia aos anestésicos

Anestesia consiste no uso de medicamentos com objetivo de bloquear a dor durante um procedimento, sendo amplamente utilizada, desde pequenos curativos, exames diagnósticos, extrações dentárias, partos, até grandes cirurgias.

Existem diversos tipos de anestesia:
Local: usada em procedimentos menores e aplicada diretamente no local que será tratado.
Geral: usado para cirurgias e procedimentos maiores, onde o paciente é mantido inconsciente, ou seja, todo seu corpo fica anestesiado.
Peridural ou raquianestesia: neste caso é feito um bloqueio da dor do abdome até os membros inferiores.

A alergia aos anestésicos não é tão freqüente como parece. Estatísticas apontam para um caso de complicação específica da anestesia para cada 10 mil cirurgias (não incluindo urgências e emergências). No entanto, é comum que uma pessoa sinta receio e temor ao saber que necessita usar algum tipo de anestesia. È importante ressaltar que diariamente milhares de anestesias são aplicadas com total segurança. Entretanto, infelizmente, os dados que chegam às páginas dos jornais e à mídia se resumem aos insucessos, induzindo a falsa idéia de que estes são predominantes.

O médico anestesista não apenas administra os medicamentos, mas acompanha as funções vitais e a evolução de cada paciente durante o ato anestésico, o que torna o procedimento seguro. A visita pré anestésica permite que o profissional avalie cada pessoa e tenha conhecimento de suas características individuais. È importante referir ao anestesista se é portador algum tipo de alergia ou de outras doenças e se utiliza algum medicamento que pode interferir com a anestesia. Pessoas que já tiveram reações anteriores ou que tiverem dúvidas quanto à possibilidade de uma reação ao anestésico, devem comunicar estes fatos ao anestesista para que ele possa fazer a escolha adequada.

Ressalta-se que analgésicos são diferentes e tem atuação independente no organismo. Por isso, não significa que as pessoas portadoras de reações com analgésicos e antinflamatórios terão mais chance de ter reação também com anestésicos. Mesmo assim, estas reações devem ser relatadas ao médico a fim de que se evite o uso no pós-operatório.


Reação aos anestésicos gerais

Os principais anestésicos gerais são:
- Parenterais: tiopental, tiamilal, etomidato, propofol, cetamina
- Inalatórios: podendo ser gasosos (óxido nitroso ou protóxido de nitrogênio ou protóxido de azoto) ou ainda sob forma de líquidos voláteis (hidrocarbonetos halogenados: halotano, enflurano, isoflurano, sevoflurano).

A anestesia geral é um método seguro mas pode se acompanhar de reações alérgicas, em geral de pequena monta. Eventualmente pode surgir uma reação anafilática. Numa anestesia geral, o paciente está sob o efeito não apenas do anestésico propriamente dito, mas também de outros medicamentos que auxiliam na sedação e no efeito da anestesia. Citam-se como exemplos: anti-sépticos, analgésicos, expansores plasmáticos, sangue e derivados, etc.

Reações alérgicas e pseudo alérgicas podem ocorrer. Nem sempre é fácil determinar a causa porque são administradas muitas drogas de maneira simultânea. Observa-se que os medicamentos pré-anestésicos e os relaxantes musculares são causas freqüentes de reações alérgicas na anestesia geral.

Reações alérgicas aos anestésicos são menos comuns nas crianças (primeira década de vida) e após os 70 anos. Verifica-se maior incidência de reações aos relaxantes musculares em mulheres, provavelmente por reação cruzada a um radical encontrado tanto nos relaxantes como em alguns cosméticos.

Pessoas portadoras de alergia ao látex poderão ter reações adversas no momento da cirurgia, já que produtos contendo estas substâncias são muito comuns em ambientes hospitalares, em especial nas salas de cirurgia.

Em caso de ocorrência de reações alérgicas à anestesia, é importante que se procure um médico especialista em Alergia, para que possa analisar a história do paciente de forma minuciosa e indicar a conduta mais adequada para cada caso.

Reação aos anestésicos locais

Os principais anestésicos locais pertencem a dois grupos de substâncias:
1. Grupo Amida: é o grupo mais utilizado: lidocaina (xilocaína), bupivacaína, levobupivacaína, prilocaína, ropivacaína.
2. Grupo Éster: tetracaína, benzocaína, procaína (novocaína).

As reações aos anestésicos locais são mais freqüentes e podem ser de 3 tipos:

- Reações vaso-vagais: sudorese, mal estar, taquicardia, desmaios. Resultam de reação nero-vegetativa derivada do medo, ansiedade ou pânico.
- Reações tóxicas: resultam de uma injeção de quantidade excessiva do anestésico ou por introdução acidental nos vasos sanguíneos da região anestesiada. Estas constituem a maioria das reações descritas, não tendo mecanismo alérgico. Podem provocar desde reações discretas como outras de maior gravidade.
- Reações alérgicas: são mais raras (cerca de 1%), mas podem ser intensas e graves.
- Dermatite de Contato Alérgica: são formas mais freqüentes e benignas, resultantes da aplicação na pele dos anestésicos sob forma de cremes, pomadas e soluções. No paciente sensibilizado, um ou dois dias após a aplicação surge uma reação de eczema (vermelhidão, coceira, vesículas).

As reações alérgicas aos anestésicos locais podem ser prevenidas através da avaliação clínica e análise do episódio anterior, seguida da realização de teste cutâneo com o anestésico alternativo. Em geral utiliza-se a lidocaína como teste em função de sua utilização e baixa incidência de reações.

Ceratose actínica (ceratose solar)

As ceratoses actínicas são lesões que surgem nas áreas da pele continuamente expostas ao sol e é resultado do efeito acumulativo da radiação ultra-violeta do sol sobre a pele durante toda a vida. As pessoas de pele clara e idade avançada são mais afetadas. A doença não é, entretanto, privilégio de idosos, aparecendo também em pessoas de meia idade que se expuseram de forma intensa e repetida ao sol.

As ceratoses solares estão incluídas entre as dermatoses pré-malignas pois podem, eventualmente, se transformar em um câncer da pele.

As lesões aparecem principalmente na face, couro cabeludo (homens calvos) e dorso dos braços e das mãos. Podem ter vários aspectos: avermelhadas e descamativas, manchas de cor escura discretamente elevadas e rugosas ou lesões ásperas, bastante elevadas e endurecidas.


O número de lesões varia muito podendo ser desde lesão única até áreas de pele completamente recobertas por ceratoses. As escamas endurecidas que recobrem as ceratoses podem se soltar devido a traumatismos mas voltam a se formar.

Quando ocorre a transformação em câncer da pele, as ceratoses tornam-se mais elevadas, pode haver vermelhidão na sua base e sangram com facilidade a pequenos traumatismos.

Tratamento :

Devido ao fato de serem lesões pré-cancerosas as ceratoses actínicas devem ser tratadas. O tratamento é feito através da destruição das ceratoses pela cauterização química, eletrocoagulação ou crioterapia com nitrogênio líquido, devendo ser realizado por um médico dermatologista após a avaliação de cada caso.

Ceratose folicular ou pilar

Manifestação frequente devido a uma alteração da última camada da pele que forma "rolhas" nas aberturas dos folículos pilosos. Geralmente surge na infância e há uma tendência familiar. A causa é genética, mas hábitos como os de usar roupas justas podem agravar o quadro.

As áreas mais frequentemente acometidas são a parte externa dos braços (principalmente) e das coxas. A doença se manifesta pela formação de "bolinhas" endurecidas nas aberturas dos poros, que deixam a pele áspera. As "rolhas" causam a retenção da secreção sebácea podendo formar lesões semelhantes a espinhas que, algumas vezes, podem inflamar e deixar manchas escuras residuais.


Tratamento :

Não existe uma forma de se acabar definitivamente com a doença, mas medicações de uso local, sob a forma de loção, creme ou gel, controlam bem o quadro e devem ser usadas continuamente, mesmo quando se obtiver melhora, para manutenção do resultado.

Deve-se evitar o uso de roupas apertadas, tecidos sintéticos e de produtos gordurosos nos locais afetados. As manchas escuras tendem a diminuir com o controle da doença e podem obter melhora com o uso de despigmentantes indicados pelo médico dermatologista.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Alergia à Picada de Inseto 2

Sempre que um inseto pica a nossa pele para sugar nosso sangue, um pouco da sua saliva e de algumas substâncias (como anticoagulantes) entram em contato com o nosso organismo e portanto com os nossos mecanismos de defesa. Ocorre então, em resposta à este contato, a liberação de algumas substâncias que promovem o inchaço, vermelhidão e coceira no local (entre elas, a mais conhecida é a histamina). A quantidade liberada relaciona-se à susceptibilidade individual e ao tipo de inseto que picou; alguns insetos como borrachudos, por exemplo, costumam promover uma maior reação alérgica local à picada. Outros insetos, como abelhas e vespas, podem inocular substâncias que provocam fortes reações e causam muita dor no local da picada.

A alergia à picada de insetos que é mais comum é aquela que ocorre nas crianças pequenas, caracterizada pelo aparecimento de "bolinhas" vermelhas pelo corpo da criança, normalmente próximas ao local de uma picada de inseto. Este tipo de alergia, chamado Estrófulo, é totalmente benigno mas pode causar incômodo pela coceira que provoca. Pode ocorrer ainda a infecção de pele como complicação da coçadura mais insistente, que produz machucados na pele. Cobrir a pele o máximo possível, com roupas, nos locais onde se sabe haver grande incidência de pernilongos, formigas, etc.


A reação de uma picada de inseto varia entre pessoas. Uma reação normal se trata de um pouco de dor, a pele fica um pouco inchada e vermelha ao redor da picada. Simplesmente desinfete a área da picada, lavando com água e sabão, e coloque um pouco de gelo para reduzir inchaço. Algumas vezes o inchaço pode ter o dobro do tamanho dependendo em que parte do corpo a picada ocorreu. Um exemplo: se a picada for na área sensível do antebraço, o inchaço e a dor será maior. Mesmo sendo a aparência mais alarmante, o tratamento é o mesmo. Mas porque esta condição talvez persistirá por mais de dois ou três dias, anti-histamínicos e corticosteróides são dados por um médico para diminuir o desconforto.Abelhas picam deixando um ferrão na pele de suas vítimas. Se isto acontecer com você, não a puxe com as unhas ou qualquer instrumento, pois isto levara a que mais do veneno do ferrão seja injetado dentro da pele. Pegue uma toalha ou sua camisa e passe com força sobre o ferrão e lave a área com água e sabão. Bolhas de pus são muito comuns de 8 à 24 horas após uma picada de formiga. Para não permitir uma infecção bacteriana, não fure a bolha de pus, mesmo sendo tão desconfortável. Também furando estas bolhas podem causar cicatrizes na pele. Vários cremes de corticosteroides ou antihistaminicos orais são muito eficientes.

Uma reação alérgica de uma picada de inseto e extremamente perigosa, e exige atenção médica imediata. Sintomas de uma reação alérgica incluem um ou mais dos seguintes:
Manchas, coceiras, e inchaços em outras áreas do corpo além da área picada pelo inseto.
Aperto no peito, e dificuldades para respirar.
Mudança na voz.
Inchaço da língua.
Uma reação anafilática, pode ocorre minutos após uma picada. É um caso de vida ou morte.
Como sintomas de uma reação anafilática, temos:Tonteira.Baixa de pressão sangüínea.Desmaio.Parada cardíaca.
Pessoas que tiveram uma reação alérgica a uma picada de um inseto, tem 60 por cento de chance de terem a mesma reação alérgica ou até pior, se forem picados novamente.
As reações anafiláticas são tratadas em duas etapas.
* Primeiro: um tratamento de emergência dos sintomas com o uso de drogas, como adrenalina, anti-histaminicos, corticosteróides, fluídos intravenosos, oxigênio, e outros tratamentos. Quando o paciente estiver estabilizado, deverá ficar uma noite no hospital sob observação.
* Segundo: um tratamento chamado Imunoterapia, deverá ser usado para prevenção de recorrências.
Um remédio chamado adrenalina é levado para onde o paciente for, para que se a reação ocorrer novamente, esta pessoa esteja preparada para retardar o início dos sintomas, dando mais tempo para conseguir atenção médica qualificada, prevenindo com isso reações fatais.

Imunoterapia :

É um tratamento de longo prazo, com vacinas administradas por um alergista e imunologista, para prevenção de futuras reações alérgicas a picadas de insetos.A Imunoterapia envolve a administração de uma pequena quantidade do veneno, para estimular o sistema imunológico do paciente, reduzindo o risco de reações alérgicas em exposições subseqüentes. Em semanas ou meses, pessoas que estavam em constante perigo de reações alérgicas a picadas de insetos, podem voltar a uma vida normal, graças a Imunoterapia.Peça a seu médico para te referir a um Alergista e Imunologista, que é um especialista em diagnóstico e tratamento de doenças alérgicas. Baseando em seu histórico médico, e alguns testes, o Alergista determinará se você é um candidato a imunoterapia.

Prevenção :

Sabendo como prevenir picadas de insetos, levará ao maior aproveitamento do verão. A maioria dos insetos estão mais ativos no verão, e o início do outono. Tenha cuidado com os lixos que estão na rua, piqueniques, florestas, e tente reduzir o máximo possível, o estar com a pele descoberta quando estiver em lugares onde insetos estão ativos.

Recomendações :

Evite o uso de sandalhas em gramados. Muitas insetos habitam no gramado.
Nunca faça nenhum movimento brusco quando um inseto estiver em você. Espere com paciência até que o inseto saia.
Nunca beba de uma garrafa aberta na rua, pois os insetos são atraídos pela bebida doce.
Quando estiver comendo na rua, cubra a comida em todos os momentos.
Sempre lacre os lixos .
Evite o uso de perfumes, desodorantes, e qualquer outro aroma doce no verão, e no início do outono.
Evite o uso de roupas muito coloridas.
Tenha muito cuidado quando estiver trabalhando em seu quintal.
Use redes nas janelas da casa, e sempre fique com as janelas do carro fechadas.
Esteja preparado com remédios para o uso contra reações alérgicas.
Se você já teve uma reação alérgica a uma picada de inseto, por favor veja um Alergista e Imunologista

Ceratose Seborréica

A ceratose seborréica é um tumor benigno da pele. Aparece principalmente a partir da meia idade sendo bastante frequente em pessoas idosas. A formação das lesões deve-se a uma tendência genética.


As lesões aparecem principalmente na face e no tronco. São arredondadas ou ovalares, de coloração marrom ou negra. Inicialmente planas, tornam-se elevadas e podem adquirir grande dimensão. Sua superfície é irregular e sua consistência é mole e friável (alguns pedaços da lesão soltam-se com facilidade), de aspecto verrucoso. O número de lesões pode variar de poucas a centenas.

Tratamento :

O tratamento não é obrigatório pois as ceratoses seborréicas são lesões benignas, mas pode ser feito através da destruição pela cauterização química, eletrocoagulação ou criocirurgia com nitrogênio líquido, devendo ser realizado por um médico dermatologista.

Úlcera Venosa ou Úlcera de Estase

Ferida que surge nas pernas e/ou pés em consequência da dificuldade do sangue voltar para o coração. Tal dificuldade surge por uma incompetência das veias das pernas em levar o sangue para cima. A doença está relacionada, principalmente, a uma tendência genética.
Entretanto, esta dificuldade irá se manifestar mais precocemente em indivíduos sedentários, obesos ou que permanecem longos períodos em pé ou sentados. É também muito frequente em trabalhadores da aviação.

As úlceras são feridas abertas e fundas nos membros inferiores, em geral pouco dolorosas, que demoram muito para cicatrizar. Localizam-se preferencialmente sobre os ossos dos tornozelos e costumam surgir após leves traumatismos. Forma-se uma pequena ferida que não cicatriza e vai gradativamente aumentando de tamanho.

Comumente estão acompanhadas de varizes, inchaço e manchas marrons nas pernas. Pode haver inflamação, com vermelhidão e presença de secreção purulenta (pus).
Também é comum existirem áreas de alergia ao redor das feridas. É o eczema de estase, que forma placas avermelhadas, descamativas e com coceira.




Tratamento :

O mais importante são as medidas gerais. Procurar movimentar as pernas e pés o máximo possível é fundamental. O simples movimento de contrair os dedos dos pés repetidamente ajuda muito a fazer o sangue fluir perna acima. Atividades físicas como caminhar, pedalar e nadar são excelentes. A musculação não está indicada.

O uso de meias elásticas é outra medida de grande importância. Estas devem ser calçadas ao acordar, de preferência antes de sair da cama. Antes de dormir, elas devem ser removidas. Existem vários tipos de meias elásticas. A de compressão suave ajuda muito pouco e é recomendada apenas como "adaptação" para as de média e forte compressão. Meias elásticas não podem ser utilizadas sem indicação médica. Alguns tipos de úlceras das pernas, como as úlceras hipertensivas, podem se agravar com o uso delas.

É importante permanecer o máximo de tempo possível com as pernas elevadas. Utilizar uma almofada abaixo dos calcanhares quando for se deitar, ler ou assistir televisão, é uma ótima medida. Esta elevação não precisa ser exagerada. Basta estar acima do nível do coração.

A maior parte das pessoas irá melhorar apenas com estas medidas. Curativos são úteis e devem ser orientados pelo médico. Hoje em dia existem várias opções de curativos que muito aceleram a cicatrização destas úlceras, se as medidas gerais forem rigorosamente cumpridas.

Apesar de cremes antibióticos ainda serem regularmente prescritos por muitos médicos, estes estão cada vez mais caindo em desuso pela resistência bacteriana que causam e pelos estudos não evidenciarem benefícios com eles. Antibióticos orais só devem ser receitados em casos de infecção comprovada ou forte suspeita. Erisipela é frequente nestes pacientes. É um quadro grave que deve ser tratado com antibióticos sistêmicos o mais rapidamente possível.


Medicamentos vasodilatadores periféricos podem ser utilizados, porém com resultados variados. Remédios que visam "afinar" o sangue também podem ser úteis.

Em resumo, o combate à obesidade e ao sedentarismo, o uso de meias elásticas, quando indicado, e as medidas gerais como um todo são as principais armas para o combate das úlceras venosa.